quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

20º ao 25º Dia - Vina Del Mar-Mendoza-Uruguaiana-Curitiba - 24/01 a 29/01/2014

Vina Del Mar ficou para trás. Rumamos para Mendoza, na Argentina. Já estávamos preparados para a próxima burocracia fronteiriça. Por outro lado, o percurso que iríamos fazer no dia era de apenas 400 km, bem menos que a média de 800 km que estávamos percorrendo. Além disso, iríamos passar pelos caracoles, com curvas que deixam qualquer motociclista extasiado.

Ao chegarmos na fronteira, havia uma cabine onde um policial parava os veículos, anotava a placa e entregava um papelote carimbado para ser apresentado no local do trâmite, quinze quilômetros adiante. No caminho, o Fábio me mostrou um montanha que se destacava das demais por ser a única que se apresentava coberta de neve. Paramos e depois ele me disse que se tratava do monte Aconcágua. Quando criança, aprendi que era o ponto mais alto da América do Sul. Paramos para tirar fotos. Ventava muito. Quando abri a bolsa que carrego no tanque para tirar o celular, não lembrei que havia guardado os papelotes que o guarda nos entregara e um deles foi-se com o vento. Tentamos pegá-lo, mas não conseguimos. Seria praticamente impossível com aquele vento todo e os abismos que ladeavam a rodovia. Não havia o que fazer, apenas relaxar e tirar as fotos com o Aconcágua ao fundo.


Após curtir o visual do Aconcágua, fui devagarinho na esperança de encontrar o pepelote ainda preso a algum galho da vegetação rasteira da beira da estrada. Mãos no guidon e olho na estrada, eis que avisto um pepel branco preso na vegetação. Páro a moto e rapidamente salto sobre o papelote que já estava se desprendendo. Era o bendito documento. Se o tivéssemos perdido, talvez teríamos problemas mais adiante. Quando chegamos ao local do trâmite, uma fila tripla de carros se formava. Nas fronteiras anteriores, avançávamos e deixávamos as motos na sombra, próximo ao prédio e entrávamos na fila de pessoas. Desta vez, tivemos que ficar na fila, ao sol, com as motos, pois o trâmite desta vez era feito da forma "drive thru". Ficamos mais de uma hora ao sol escaldante.

Mais adiante, fomos compensados pela paisagem dos caracoles. Uma estrada sinistra, perigosa, mas para nós, motociclistas, uma delícia. Várias curvas fechadas de 180 graus faziam formar filas de carros subindo a montanha. Lá em baixo, víamos as curvas que deixávamos pra trás. Não dava para admirar, pois parar não era possível. Filmei grande parte da subida. Em alguns trechos, homens trabalhando fazendo reparos na estrada. Em alguns momentos, usando a força e a agilidade das motos, conseguíamos ultrapassar. Depois, começamos a descer. As curvas um pouco mais brandas permitiam-nos um pouco mais de velocidade. Um excelente campo de prova para aplicar a técnica do contra-esterço que havia lido nas minhas consultas sobre técnicas de pilotagem. Esta técnica permite que se façam curvas de forma mais segura e com menos esforço. É bem simples. Consiste em forçar o guidon da moto para o lado oposto à curva que se vai fazer. Com isso, a moto inclina-se para a curva e a moto segue na direção pretendida. Cada curva era uma emoção. Guardada as devidas proporcões, era quase como ter um orgasmo. Uma delícia.

Passamos por vários túneis por dentro das montanhas até chegar a Mendoza. Havíamos reservado um hostal pelo Booking. Quando chegamos, uma moça com ar de quem acabara de acordar veio nos receber. Guardamos as motos na garagem e ela foi nos mostrar o quarto. Era um quarto pequeno, com duas camas pequenas e sem banheiro, bem diferente do que havíamos reservado. Ela muito falante e simpática, mostrou-nos outros dois quartos grandes com cama de casal e banheiro. Como ficaríamos apenas um dia, deu-nos um quarto para cada um. Dessa vez, bem acima do que havíamos reservado. O quarto ainda carecia de uma arrumação. De repente, lá vem ela com balde e vassoura e começou a fazer uma limpeza básica. "Na minha casa - Mi Casa era o nome do hostal - limpeza é fundamental", disse. Lorena era o seu nome. Muito simpática e nos tratou como se fôssemos da família. Depois conhecemos Jorge, seu marido, que se encantou com as motos e tirou algumas fotos.

No dia seguinte, rumamos para Villa Maria, última cidade Argentina onde dormiríamos, antes de entrar no Brasil. Quando chegamos, ficamos um pouco desorientados à procura de um hotel. Por sorte, passamos por um bar, onde haviam vários motociclistas. Paramos e nos informamos. Um deles se prontificou a nos levar até o hotel que nos haviam indicado. Um dos melhores da cidade. Apesar de muito bom, o hotel não era tão caro. Em torno de 600,00 pesos argentinos. Mais ou menos 60 dólares, pelo câmbio que estávamos trocando.

Acordamos bem cedo na tentativa de rodar um pouco mais e dormir em São Borja-RS, que fica a 180 km de Uruguaiana-RS, onde estava inicialmente planejado passar a noite. Na saída da cidade, observo um barulho estranho na moto. Percebo que a corrente estava folgada e páro em um posto para observar melhor. Após análise - depois verificou-se ter sido muito superficial - resolvo que dá pra continuar e apertar depois. Após andarmos uns trezentos quilômetros, logo depois de passarmos por um pedágio, a corrente se desdentou. Parei e tentei colocá-la no lugar. Observo que a corrente também havia saído do pinhão, o que me obrigaria utilizar ferramentas para retirar a tampa protetora. Vou nas ferramentas que acompanham a moto e percebo que não existe uma chave tipo canhão número 8. Por sorte, bem ao lado do pedágio, existia uma base de assistência para o túnel que passava sob o rio, próximo a cidade de Parana. Arrumaram-me a chave e facilmente coloco a corrente e a reaperto. Fiquei imaginando se a corrente tivesse caído dentro do túnel. Uma lição re-re-re-re-(e haja re)aprendida: nunca deixe para depois o que você pode fazer agora. Devido a isso, tivemos que dormir mesmo em Uruguaiana.



A nossa próxima parada para dormir seria Vacaria-RS, mas resolvemos esticar um pouco mais e dormir em Lages-SC. No percurso, numa parada para reabastecer e inspecionar a corrente, observo que a porca do parafuso que prende a suspensão traseira da moto havia se desprendido. Recorro a um mecânico no posto que imediatamente a recoloca. Até Lages, tive que reapertar a corrente mais uma vez. Percebo que alguns dentes já estão desgastados e fico preocupado se daria pra chegar. Não havia outra solução. Teríamos que tentar, tendo o cuidado de verificar o aperto a cada parada.

Deixamos Lages e rumamos para uma das partes mais esperada da viagem: descer a Serra do Rio do Rastro. Passamos por São Joaquim-SC, uma cidadezinha onde os turistas vão para ver neve. Vimos, é claro, foi muito calor. Tanto que paramos pra tomar uma ducha num posto de gasolina. As placas já indicavam a proximidade da serra. Logo depois de Bom Jardim da Serra, paramos no mirante para visualizar a beleza da Serra do Rio do Rastro onde se avistava a rodovia serpenteando por entre a montanha. Um visual espetacular. Fixei a minha câmera Go Pro na proteção do motor, bem próximo do pneu e comecei a filmar a descida. O Fábio, com mais duas câmeras, uma no capacete e outra na dianteira na moto, também filmava. Não dá pra colocar agora o resultado, pois ainda vou ter que editar. A descida da serra é fantástica. São várias curvas com aproximadamente 180 graus. Paredões de pedras de um lado e o abismo do outro, onde se via muito verde e o colorido das flores às margens da rodovia, fazem da rota da Serra do Rio do Rastro uma das mais bonitas no mundo. Pra que não fiquem de água na boca, abaixo, deixo um link de uma filmagem aérea do local.

http://www.youtube.com/watch?v=29l6IntxKEA


Após curtirmos as belezas da Serra do Rio do Rastro, pegamos a BR-101 e rumamos para Curitiba para terminarmos a aventura.

Ainda escreverei o último capítulo desta saga cujo título será: Crônica de uma viagem anunciada.

Aguardem.






quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

15° ao 19° Dia - El calafate-Bariloche-Santiago-Vina Del Mar 18 a 23/01/2014

Saímos cedo de El Calafate, por volta das 07:30. Pretendíamos ganhar um dia de viagem, fazendo três em dois. No abastecimento em Esperanza, encontramos alguns brasileiros de moto. Percebi que nesta época do ano, há muitos motociclistas fazendo esta rota. Parece que quem é estradeiro deve fazê-la pelo menos uma vez na vida. Parecido com o ritual dos muçulmanos que têm que ir a Meca e andar em torno da Caaba. Em toda a nossa rota, desde Buenos Aires, o que mais encontramos foram motociclistas das mais diferentes regiões do Brasil. Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul e por aí vai. Entretanto, o que me surpreendeu mesmo foi conhecer uma senhora alemã, aparentando aproximadamente 55 anos, óculos tipo fundo de garrafa, bonachona, pilotando uma BMW pequena e antiga , vindo sozinha desde o Alasca. Aquilo me fez perceber que o que pode parecer impossível ou inalcançável, nada mais é do que um mero ponto de vista. 




O planejamento inicial era dormir em Puerto San Julian e Sarmiento, antes de chegarmos a Bariloche, mas resolvemos esticar um pouco mais e dormimos em Caleta Olívia. No dia seguinte, pilotamos até Bariloche fazendo um total de quase 2.000 km em dois dias. A rodovia chegando à cidade é formada por curvas fechadas que circundam lagos que formam uma paisagem linda. Apesar disso, tivemos que redobrar a atenção pois o trânsito estava intenso com carros que rumavam nos dois sentidos. Vimos dois acidentes no percurso, mas aparentemente sem vítimas fatais.

Não tivemos muita dificuldade em encontrar hotel, mas tivemos um desgaste, pois onde dormimos só tinha vaga para uma noite e não nos avisaram. No dia seguinte, quando fomos deixar a chave na recepção, avisaram-nos que teríamos que sair. Apesar das argumentações, não teve jeito. A sorte foi que havia outro hotel em frente onde havia vaga. 

Curtimos pouco a cidade, pois no dia em que íamos fazer um passeio pelos lagos, amanheceu nublado e abortamos. No caminho, paramos numa fabriqueta de cerveja onde provamos uma feita com framboesa. Segundo o menu, era a champanhe das cervejas. Um pouco adocicada. Não apreciei muito.



Depois de duas noites em Bariloche, rumamos para Victoria, a cidade onde dormiríamos antes de chegarmos a Santiago. Antes, porém, tivemos que cruzar mais uma vez a fronteira Argentina-Chile. Pra variar, outra burocracia. Perdemos quase duas horas. Logo depois, pra compensar, outra paisagem linda formada pela cordilheira dos Andes e lagos por onde a rodovia serpenteava, nos fez esquecer o contratempo da imigração. Uma nuvem densa e cinza anunciava chuva para logo mais. Não demorou muito e parecia que estávamos pilotando nas nuvens. Uma névoa branca e espessa nos fez redobrar a atenção nas várias curvas que à nossa frente apareciam. A visibilidade era de poucos metros e a chuva fina que formava gotículas que escorriam pela viseira do capacete, dificultava ainda mais a pilotagem. A velocidade, às vezes, caía para 40 km/h. O tempo depois melhorou e finalmente chegamos a Victoria, onde passamos a noite.

No dia seguinte, rumamos para Santiago. A rodovia, que desde Osorno já era pista dupla, facilitou muito o nosso percurso. Chegamos em Santiago e já sentimos falta do GPS. Este "pequeno" detalhe nos fez planejarmos dormir em Vina Del Mar, já que é uma cidade bem menor e seria mais fácil utilizar a técnica QTBVR. Tivemos dificuldade em encontrar a rodovia para Vina, pois não haviam placas com a indicação, apenas número da saída. Paramos num posto e pedimos informação. Mesmo assim, rumamos para o lado errado. Só após uma segunda utilização do QTBVR é que encontramos o caminho.

As placas indicavam Valparaiso/Vina Del Mar. As duas cidades praticamente são coladas. No caminho, muitos parreirais indicavam porque a cidade tinha este nome. Na noite anterior, vimos alguns hotéis pelo Booking, o que facilitou encontrarmos um hostal.

Na manhã seguinte, fomos a uma praia e demos uma volta pela cidade. Vina Del Mar é o balneário dos chilenos. Uma cidade para passar temporada.




Amanhã vamos para Mendoza, já na Argentina. Depois eu conto mais.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

13º e 14º Dias - Passeio em El Calafate - 17 e 18/01/2014

No dia seguinte, em El Calafate, tivemos que trocar de hotel, pois no que estávamos só tinha vaga pra um dia. O recepcionista nos ajudou ligando para alguns até que achou um no mesmo padrão. Fizemos a mudança e fomos em direção aos glaciares. Contratamos um passeio que fazia um mini trekking pelas geleiras. Na entrada do parque, tivemos que pagar 90,00 pesos. A estrada segue em volta de um grande lago. De vez em quando, algumas lebres cruzavam o caminho e tínhamos que manter a atenção, também porque a estrada era bastante sinuosa. De longe, começo a perceber uma paisagem branca. Os glaciares se aproximavam. Parecia que uma grande quantidade de mashmelow havia escorrido por entre as montanhas e congelado de repente. Uma vista deslumbrante. Estrondos do gelo caindo na água ecoavam pelo vale. Acho que era a comprovação do efeito estufa. Infelizmente não deu pra ver.

Estava na hora de andar sobre ele. Pegamos um pequeno barco e partimos em sua direção. Ventava um pouco e o frio começava a aumentar. O dia estava perfeito. Um céu azul de brigadeiro compunha com a imensidão branca uma paisagem bela. O sol batia por entre as frestas do gelo e o fazia ficar azulado. Um espetáculo da natureza. Paramos em uma cabana e começamos uma pequena caminhada por um bosque até chegarmos ao gelo. Antes, porém, o guia  nos deu algumas explicações sobre o fenômeno de formação dos glaciais. Pena que eu não entendi quase nada. Mas não importava. A paisagem estava ali para ser admirada. Depois eu pesquiso na Wikipédia.

Calçamos as botas com os esporões próprias para andar no gelo e iniciamos a caminhada. Eu soube que as pessoas bebiam whisky com o gelo dos glaciares e, para não perder a chance, tratamos logo de comprar uma garrafinha, na hipótese de eles não oferecerem por lá. Ao perguntar ao guia sobre este ritual, ele foi logo descartando, dizendo que não se podia mais fazer aquilo. Fiquei decepcionado, mas como estava com a minha garrafinha, iria esperar uma chance e beber escondido. Afinal, whisky com gelo de milhões de anos não é todo dia.

O passeio durou uma hora e meia. Tirei algumas fotos e fia algumas filmagens. Senti-me andando na Antártida. De vez em quando, passávamos por grotas que refletiam um azul deslumbrante provocado pela incidência do sol. Quase ao final do passeio, deparamo-nos com uma bancada onde estavam vários copos e whisky para bebermos com o gelo. Depois compreendi a negativa do guia quando perguntei sobe o ritual. Eles estavam querendo fazer surpresa.

Abaixo, algumas fotos que consegui postar nesse blog. Depois eu conto mais. 
   
 













quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

11º e 12º Dias - Ushuaia - Rio Gallegos - El Calafate - 15 e 16/01/2014

Depois de conhecermos Ushuaia, tínhamos que partir. Antes, porém, fomos a um irish pub, próximo do hotel, tomar umas cervejas que faz bem pra saúde. Ao entrarmos, deparamo-nos com uma torre de babel. Ingleses, franceses, alemães, argentinos, brasileiros se integravam num malabarismo lingual que não dava pra entender nada. Ao fundo, uma TV ligada passava o filme O Senhor dos Anéis. Se já não bastasse, avisto um senhor de cabelos brancos e longos que em muito lembrava o feiticeiro da saga. Ao seu lado, um jovem de cabelos lisos e compridos lembrava o herói de arco e flecha interpretado por Orlando Bloom. Parecia que estávamos nas Terras Médias. Tomamos umas três canecas de choop, cada um, e fomos dormir. Precisávamos acordar cedo.

De manhã, lá fora, o vento uivava por entre as folhas das árvores anunciando que pegaríamos frio na estrada. As montanhas com seus picos com neve permanente estavam cobertas por uma névoa branca. O tempo estava fechado e o vento frio soprava toda a humidade da montanha fazendo cair gotículas de água. Parecia que por lá nevava. Arrumamos as coisas e partimos. A estrada serpenteava por entre montanhas e vales. Alguns lagos e encostas íngrimes davam-nos a certeza de que estávamos nas terras do Senhor dos Anéis. Mais à frente, avisto uma placa que diz: Terra Média. Que coincidências!

Pegamos a estrada. No portal de entrada da cidade, paramos mais uma vez para tirar fotos. Mais à frente, uma chuva fina começou a cair, formando gotículas que deslizavam na viseira do capacete. Parecia que estava a olhar uma janela de vidro em uma cabana nas montanhas. Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro....Deve ter sido numa situação assim que o poeta se inspirou. O frio era suportável. As roupas tipo segunda pele que eu usava ajudavam bastante. Depois eu soube pelo Fábio que o termômetro de sua moto acusava 2º. Por pouco não pegamos neve na estrada. Depois de uns trinta minutos, as nuvens se dissiparam e o tempo melhorou.

Pegamos o rípio novamente, mas desta vez mais destemidos. Chegamos na primeira aduana Argentina-Chile, em San Sebastian, e mais oito quilômetros depois na aduana Chile-Argentina. Perdemos cerca de quarenta minutos nas duas. Atravessamos o Estreito de Magalhães, mas desta vez não nos cobraram passagem. Encontramos um canadense numa BMW F-800 que já estava voltando de Ushuaia e indo para Buenos Aires pegar o avião, depois de ter vindo do Canadá de moto, percorrendo um total de 29.000 km. Preparamo-nos psicologicamente pra enfrentar a aduana na qual perdemos três horas na vinda. Ainda bem que a fila estava menor e não perdemos tanto tempo assim.

Estávamos dentro do nosso horário programado para chegar a Rio Gallegos, onde pernoitamos. Como as motos estavam sujas devido o rípio, tratamos logo de procurar um lavadero para dar um trato nas máquinas. Compramos algumas fichas e nós mesmos as lavamos. Rapidamente encontramos um hotel BBB. Á noite, fomos comer uma truta em um restaurante inglês, onde encontramos uma turma de brasileiros com algumas esposas que estavam indo para Ushuaia.

No dia seguinte, tomamos o desajuno e partimos rumo a El Calafate. Antes, porém, tivemos a ideia de fazermos uma reserva no Booking, o que nos garantiu uma vaga em um hotel sem ter que ficar procurando a esmo. Apesar de termos visto previsão de chuva, o tempo nublado logo melhorou. A paisagem até El calafate é, em quase todo o seu percurso, formado por campos de uma vegetação rasteira e cinzenta. Ás margens da estrada, no entanto, uma vegetação mais verdejante formado por pequenas flores brancas a deixavam mais bonita. Depois de algumas horas, avisto uma nuvem de chuva que já se precipitava. Felizmente, a estrada nos conduzia para longe da nuvem e só pegamos um pouco de asfalto molhado. Chegamos a El Calafate por volta de 12:30, depois de percorrermos 300 km.

A cidade é bem pequena e está cheia de turistas. Há uma rua principal do comércio onde perambulam
pessoas de um lado pra outro à procura do que comprar. Achamos as coisas um tanto caras e não compramos nada. Instalamo-nos no hotel e perguntamos sobre o passeio aos glaciares. Escolhemos uma que faz um trekking sobre o gelo. Vamos lá amanhã de manhã. Vou tirar fotos e tentar postar aqui. Se não der, ponho no facebook.

Até amanhã.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

10º e 11º Dias - Passeio em Ushuaia

Ao chegarmos em Ushuaia, a primeira coisa que fizemos foi procurar o setor de informações turísticas. Esta foi a dica que nos deram. Se você não reservar hotel, não chegue em Ushuaia no final da tarde. Nesta época do ano, terá dificuldades em encontrar um. O setor de informações turísticas da cidade consegue um para você, se tiver. A recepcionista nos atendeu muito bem e foi logo puxando uma relação de hotéis que ainda dispunham de vaga ou habitacion, como falam em espanhol. Só conseguiu em hotéis 5 estrelas, cujo preço é um pouco salgado. Insistimos para que tentasse. De bom grado, ela tentou mais alguns. Encontrou um que dispunha somente com cama de casal. Aí não dava, né? rsrsrsrs.... Tentou mais uma vez e, por sorte, encontrou uma pousada onde havia vaga para somente duas noites, fruto de uma reserva que não chegou a tempo. O nome da pousada chama-se Mysten Kepen que, na linguagem das tribos indígenas que habitavam a região, significa Durma Bem. É uma pousada pequena, mas aconchegante, cujos donos, Roberto e Rosário, transformaram-na a partir de sua residência.

O nome Ushuaia é derivado do idioma indígena yagan e significa baía profunda e é a capital da Província da Terra do Fogo. A cidade fica entre o mar, o canal de Beagle, e as montanhas. É uma cidade pequena, mas bonita e acolhedora. Foi colonizada por europeus, sendo Fernão de Magalhães quem primeiro aportou por estas bandas. Foi dele também o nome de Terra do Fogo, devido ter avistado várias fogueiras que os índios faziem para se aquecer.

No dia seguinte, fizemos um passeio de barco pelo canal de Beagle, onde avistamos lobos marinhos e pássaros da região. Aportamos numa pequena ilhota e fizemos uma curta caminhada, onde roubei algumas pedrinhas, já que não era permitido levar nada. Umas pedrinhas não iriam fazer tanta falta assim ao ecossistema No final da tarde, fomos trocar o óleo das motos.

No outro dia, fomos ao Parque Nacional da Terra do Fogo, na Baía Lapataia, onde termina a Ruta 3. A placa indica que se está a 3.079 km de Buenos Aires e a 17.848 Km do Alasca. Tiramos algumas fotos. Acabamos encontrando um senhor argentino que nos deu uma pequena aula de história, contando que o canal que dali se avistava foi causa de uma quase guerra com o Chile em 1978. A guerra só não aconteceu por interseção do papa João Paulo II. Á tarde, fui visitar o museu do presídio. Na realidade, a cidade moderna de Ushuaia deu-se início a partir da construção desse presídio. Pra ser sincero, não vi muita coisa interessante pra ver lá.

No quarto dia, partimos de Ushuaia com direção a Rio Gallegos, onde iremos dormir para, no dia seguinte, visitar El Calafate. Mas´já é uma outra história. Agora vou dormir que já é meia noite.


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

2º ao 9º Dia - Resumo geral - Balneário Camboriu - Ushuaia

Tudo bem, pessoal, sei que alguns estão ansiosos por notícias e outros preocupados, mas a execução do planejamento não foi exatamento como o esperado, apesar de não ter atrapalhado em nada a viagem. Apenas não tive tempo de atualizar o blog estes dias. Pra aqueles que me acompanham e esperavam uma atualização diária, peço desculpas. O importante é que está tudo bem. A viagem só veio voltar pro planejado nos últimos dois dias. Nos anteriores, chegava muito tarde e bem cansado e, às vezes, não tinha internet. Outra coisa, o blog está com defeito. Não consigo postar fotos e quando posto não consigo editar. Lá em baixo, coloquei um link pra fotos no Dropbox. Espero que funcione. Vamos ao resumo.


2º Dia - Balneário Camboriú - Pelotas - 761 Km

O dia em Balneário amanheceu nublado, mas sem chuva. Ao longo do percurso, o tempo foi melhorando e esquentando. Um calor infernal que me lembravam os ralys de Caxias. Nem pareceia que eu estava no Sul do País. Como o Fábio, meu companheiro de viagem, tinha uns amigos em Porto Alegre, paramos um pouco para visitá-los e fomos convidados para um almoço.
Chegamos em pelotas por volta das 19:00 horas e o céu ainda claro. Paramos numa praça para nos informar sobre hotel e logo um senhor de uns 60 anos veio nos indagar. Disse que tinha o mesmo sonho que o nosso de visitar Ushuaia. Pediu logo o facebook pra acompanhar a viagem. Perguntamos por um hotel BBB. Indicaram um nestas características, onde outros motoclistas já ficaram. A fachada parecia boa. Ao chegarmos, perguntei logo se tinha banheira, dada a minha vontade de mergulhar numa água gelada pra amenizar o calor. O senhor da recepção falou que tinha até TV com 98 canais. Qual fo minha decepção ao nos dirercionarmos ao quarto. Não tinha nem ar condicionado, quanto mais banheira ou TV com 98 canais. Devido o calor que sofremos na viagem, aquilo me doeu. Como não tínhamos mais tempo para procurar outro, tivemos que ficar.


3º Dia -  Pelotas a Colonia Sacramento - 768 Km

Foi um percurso parecido. Um calor infernal. Cheguei a Colônia nas últimas. Meu joelho resolveu inchar devido ao meu já trdicional problema de gôta. Pensei até em desistir, pois estava preocupado em dar trabalho ao Fábio. Tive que tomar injeção de Dexalgen pra aliviar.

Paramos em Chui para ver se encontrávamos um GPS para comprar, já que a cidade é uma zona franca. Não encontramos o GPS e a zona não era tão franca assim. Não compramos nada e ainda perdemos tempo. O interessante da cidade é que uma rua divide Chui (Brasil) de Chuy (Uruguai). Enfim, conheci o famoso Chuí que, quando criança, aprendi que o Brasil ia do Oiapoque até ele. Queríamos visitar o tal do arroio, mas não dava tempo.

Seguimos para Punta Del Leste. Visitamos a escultura La Mano que, juntamente com a do deserto do Atacama, representa as mãos de um gigante que sustenta a América. Fazia um calor de rachar e o joelho ainda incomodava. Demoramos mais do que devia e, dado o avançado da hora, fomos direto para Colônia Sacramento sem passar por Montevideo. O nosso ritmo era de 140 km/h e próximo a Colônia fomos parados por um guarda que nos avisou que seríamos multados. Um senhor simpático, bonachão foi logo nos avisando que a multa era em torno de 500 dólares e que não poderia relevar. Ponderamos. Conversa vai, conversa vem, acabou aceitando uma gorjetinha, mas teria que ser "de corazon".  Seguimos em frente e chegamos a Colônia por volta de nove da noite, mas com o dia ainda claro. Encontramos um hotel e fui logo tomar a segunda injeção num posto de saúde.

 
4º Dia - Colônia Sacramento - Bahia Blanca - 630 Km

Ao amanhecer, o joelho deu uma aliviada e vi que podia continuar. Planejei a viagem durante um ano e não poderia desistir agora Ao chegarmos no Buquebus para a travessia para Buenos Aires, encontramos dois casais que estavam com o mesmo roteiro nosso. Aquilo me incentivou mais ainda e decidi que chegaria a Ushuaia nem que fosse numa ambulância.

Fizemos um passeio rápido por Buenos Aires, tiramos algumas fotos e pegamos a estrada. Logo uma chuva veio nos recepcionar. Grossa, mas rápida. Paramos pra colocar as capas de chuvas, uma vez que os casacos ditos impermeáveis não ajudavam. Como estávamos sem GPS, demos uma errada para seguir para Las Flores. Ativamos o sistema QTBVR (Quem Tem Boca Vai a Roma) e conseguimos achar o caminho. O vento começava a soprar forte. Redobramos o cuidado, principalmente com a ultrapassagem dos caminhões. Ao se aproximar deles, o vento dá uma embaralhada e, no término da ultrapassagem, ele pega de vez. É preciso entortar a moto um pouco para compensar a rajada pela lateral direita. Pernoitamos em Bahia Blanca.


5º Dia - Bahia Blanca - Puerto Madryn - 670 Km

O calor que antes nos castigava, agora começa a amenizar. O vento continuava forte e a temperatura começava a baixar. Era um frio suportável. Nada que incomodasse. Chegamos a Puerto Madryn por volta de oito da noite. Mais uma vez, saimos peregrinando por um hotel BBB. Não encontramos nenhum nestas qualidades. Acabamos ficando com um BB, afinal, nós merecíamos. Estávamos bastante cansados, principalmente eu com o desgaste do joelho. A ideia era passarmos duas noites na cidade e conhecermos a peníncula Valdez, mas resolvemos partir no dia seguinte.


6º Dia - Puerto Madryn - Caleta Olivia - 511 Km

Quando decidimos sair de Puerto Madryn, já eram duas da tarde, mas como a distância até Caleta Olívia era de 511 Km, dava pra chegarmos ainda com a luz do sol. O ritmo continuava a 140 km/h. Parece rápido, mas como as estradas são boas e bem sinalizadas e tem umas retas intermináveis, parecia que estávamos a 80 km/h. Com este ritmo e o contrapeso do vento, o consumo de gasolina subiu muito. Em condições normais, a moto chega a fazer 18 km/l. Na situação em que estávamos, o consumo baixou pra 10 km/l. Isso me fez ficar no prego de gasolina a 4km de um posto de combustível em Comodoro Rivadávia. O Fábio prosseguiu, comprou um galão e me trouxe três litros. Daí pra frente, andei sempre com o galão reserva com quatro litros a mais. Mais à frente, eles me salvaram novamente.


7º Dia - Caleta Olivia - Punta Arenas - 950 km

O planejamento inicial era para dormirmos em Rio Gallego, distante de Caleta 700 km, mas como saimos cedo, decidimos que iríamos um pouco mais até Rio Grande para chegarmos a Ushuaia no dia seguinte ainda de manhã. Imaginávamos que perderíamos uns quarenta minutos na aduana de fronteira Argentina-Chile, em Monte Armond. Qual foi a nossa decepção. Perdemos umas três horas com os trâmites burocráticos. Uma sequência de cinco passos simplesmente ridícula. Uma fila interminável de pessoas e o barulho dos carimbaços nos formulários lembravam uma repartição pública bem antiga. Não consigo entender por que tanta burocracia, ainda mais para paises do mercosul. Segundo os argentinos, que também têm que atravessar o Chile para chegar a San Sebastian, próxima fronteira, o trâmite para eles é o mesmo, independentemente de quantas vezes passem ali.

Com este contratempo, víamos a possibilidade de dormir em Rio Grande se esvair, ainda mais porque teríamos que percorrer 120 km de rípio (a nossa piçarra) e durante a noite não seria aconselhável. Perguntamos se teria local para dormir em Cerro Sombrero, que fica antes do rípio.
Disseram-nos que seria mais aconselhável que fôssemos para Punta Arenas, que ficava a uns 220 km dali. Como era uma cidade turística, mesmo fora de rota, rumamos para lá. A cidade é bonita e agradável. Fomos à plaza de armas tirar uma fotos da estátua de Hernando de Magallanes. Junto a ele, havia um índio cujo pé já estava bem lustrado. É que é tradição pegar e beijar o seu pé para que os bons ventos nos tragam de volta à cidade.

 
8º Dia – Punta Arenas – San Sebastian – 350 km
 
Quando saímos de Punta Arenas, já eram quase cinco horas da tarde. O objetivo era dormir em Rio Grande, mas, mais uma vez, não foi possível. Perdemos algum tempo na travessia do Estreito de Magalhães, aquele que tanto eu ouvia falar no primário. Uma outra aula de geografia depois do Chui. O estreito é realmente estreito. Fico pensando como naquele tempo o Fernão de Magalhães saiu da Espanha naqueles barcos sem estrutura, sem GPS e descobriu que ali teria uma passagem mais curta entre o atlântico e o pacífico.

Em Cerro Sombrero, abastecemos as motos e descobrimos que lá tinha um local pra dormir. Mesmo assim, a ida a Punta Arenas valeu a pena. A partir dali, começa o falado rípio. Para me preparar pra ele, comprei até um compressorzinho para encher o pneu depois que baixasse a calibragem pra enfrentar a piçarra. Tive uma grata surpresa quando entramos no "off road". Como sou acostumado com isso, o que vi ali foi uma coisa parecida com asfalto. O tal do rípio estava bem compactado e formado por pedrinhas pequenas que mais parecem brita zero. Aquilo pra mim era asfalto. No início, por nunca ter andado em terreno off road, o Fábio ficou um pouco receoso e andava bem devagar, em torno de 60 km/h. Parei, dei-lhe a dica de que nesse tipo de terreno andar um pouco mais rápido poderia ser melhor. Aos poucos, ele começou a se soltar e conseguimos andar a 100 km/h, diminuindo nas curvas para evitar derrapagens. A minha câmera GoPro estava fixada na haste do retrovisor e não percebi que vibrava muito. Não demorou para quebrar a haste de fixação e se estatelar na piçarra. Parei e tive a sorte de encontrar todas as partes que se soltaram.

Pouco antes de San Sebastian, passamos por outra aduana. Outra burocracia pra sair do Chile e entrar novamente na Argentina. Bem mais rápido que a anterior, mas que nos fez perder uma meia hora. Fizemos um lanche rápido e quando íamos pegar a estrada o Fábio percebeu que o seu pneu traseiro estava um pouco mais baixo. Resolvemos dormir em San Sebastian pra não arriscar.

 
9º Dia - San Sebastian - Ushuaia - 310 km

No dia seguinte, utilizei o meu kit de remendo rápido e consertamos o pneu. Não conseguimos abastecer porque não havia combustível. Chegaria só no dia seguinte. Como o consumo das motos voltou ao normal, daria para chegar em Rio Grande. Ao chegarmos à cidade, um policial à paisana veio falar conosco quando percebeu a nossa bandeira brasileira. Ele estava indo de férias para as praias do sul. Perguntou-nos se podia vender reais, pois eles estavam com dificuldade em obter outras moedas devido às restrições impostas pelo governo argentino. Vendi-lhe R$ 350,00 por 1.050 pesos. Tiramos algumas fotos de monumentos em homenagem à guerra das Malvinas e partimos.

Ushuaia se aproximava. Na minha mente, milhares de pensamentos vagavam de forma desconexa. O objetivo estava próximo. Pensei na dificuldade que passei quando meu joelho quase me fez desistir. Pensei na minha vida, nos meus filhos. Um turbilhão de emoções. Lembrei-me do ensinamento hindu que diz que um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio, pois, na segunda vez, o rio não será o mesmo e o homem também não será o mesmo. Acho que depois desta viagem eu também não serei mais o mesmo. Traçar metas e alcançá-las. Isso é o que nos move.

Logo após Tolhuin, a última cidade antes de Ushuaia, o caminho é lindo. Montanhas com seus picos ainda com neve e lagos formam a paisagem de perder o fôlego. Liguei a câmera e filmei o que pude. Paramos num penhasco e tiramos mais fotos. A estrada é sinuosa, mas a paisagem é linda. As placas iam diminuindo a distância até Ushuaia até que, finalmente, avistamos o portal da cidade. Paramos e tiramos fotos. O objetivo foi alcançado. Dia 15/01, partiremos de Ushuaia rumo a El Calafate. Vou tentar colocar o blog no ar a cada dia. Se não der, a culpa é do Bill Gates.

 





Link para fotos

https://www.dropbox.com/home#!/home/Public/Fotos%20Ushuaia




sábado, 4 de janeiro de 2014

1º Dia - Curitiba a Balneário Camboriu

Antes de iniciar, faço um apelo. Não fiquem com preguiça de ler o texto ao visualizá-lo. Tem gente que só quer ver fotos e, quando se defronta com o tamanho do texto, já desiste de cara. Mesmo porque, esse primeiro dia, não teve muita coisa interessante pra fotografar.

Hoje foi o primeiro dia em cima da moto, mas a partida de São Luis foi ontem. Uma viagem chata, enfadonha e cansativa. Mesmo de avião. Para os motociclistas, na janela do avião, ou até mesmo na do carro, a paisagem passa diferente do que quando estamos pilotando uma moto. Nela, a paisagem é dinâmica e emocionante. Naqueles, é como se estivessemos vendo a paisagem por uma televisão. Apesar de real, não tem o mesmo brilho. Coisa de motociclista. Vai entender.

Além do mais, mesmo muito seguro, andar de avião ainda me deixa tenso. Saí de São Luis 13:50 e só cheguei em Curitiba às 23:00. A conexão seria em Congonhas, apesar de ter descido em Guarulhos. Quatro horas de espera. São Paulo fazia um calor infernal. Achei até que tinha descido em Teresina.

Fui dormir um pouco tarde. Apesar do cansaço, a expectativa da viagem no dia seguinte me deixou ainda rolando um pouco na cama antes de apagar. No dia seguinte, tratei logo de buscar pretinha que, ao me ver, baixou as orelhas e abanou o rabo como um cão que não avista o seu dono há tempos. Estava sujinha, coitada. Dei-lhe um banho, alguns afagos e ficou tudo bem. Pra ser sincero, estava bastante preocupado com o estado como ela chegaria. Ainda tive que conseguir alguém pra guardá-la, pois a transportadora onde ela chegou não abria no sábado e eu só cheguei na sexta, à noite. Abaixo, uma foto com o amigo Roberto que guardou pretinha.

Não me perguntem porque a foto saiu deitada. Girei de tudo quando foi jeito e quando colo aqui ela sai assim. Então vai assim mesmo.

Voltei pro hotel, arrumei os baús, vesti as indumentárias, liguei o GPS e iniciei a viagem. Apesar do GPS me mandar ir pra um lado, fui pra outro, achando que ele tinha dado birolho. Acabei seguindo as placas que diziam ir para Porto Alegre. Como eu vou passar por lá, achei que eu que estava certo. Peguei a BR-116, ao invés da BR-101, pois deveria ir para Balneário Camboriú, onde encontrarei o meu parceiro de viagem.
 
 

Nesta foto, nem legenda eu consegui colocar. Esse blog tá dando birolho ou então é problema de BIOS (Bicho Ignorante Operando Sistema). Foi tirada na porta do hotel, em Curitiba.

Na estrada, uma nuvem cinzenta anunciava que a chuva não tardaria em cair. Depois de trinta minutos de estrada, ela veio. Apesar de fina, dificultava a visibilidade com a formação de uma névoa branca, parecido com uma garoa. Peguei-a de forma mais intensa na descida da serra de Curitiba. Apesar de pista dupla, redobrei a atenção, reduzi a velocidade e segui firme. Um bom teste pra começar. Até chegar a Balneário, foi assim. Cheguei por volta das 17:00, hora local. O hotel que reservei ficava à margem da BR e foi fácil achá-lo. Ainda bem, porque apesar de tê-lo registrado no meu GPS, o dito-cujo apagou ainda na saída de Curitiba. Não sei o que aconteceu, mesmo estando ligado na bateria da moto.

Somente à noite, conheci o Fábio, o amigo que havia contatado pela internet. Parerceu-me um cara legal. Trocamos algumas informações básica e, aos poucos, fomos nos conhecendo. Tem tudo pra ser uma boa viagem. Marcamos em nos encontrar no café da manhã às 06:45 para que possamos sair por volta das 07:30. Pelotas será nossa próxima parada pra dormir.

Amanhã tem mais. Até lá.